


A Igreja de São Francisco, construída no século XVIII, é uma das mais ricas do Brasil sendo a mais exuberante de Salvador. Alguns a consideram o mais belo exemplar do barroco português no mundo. O seu interior é todo recoberto em ouro e jacarandá com talhas retratando anjos, animais e flores etc
Existem inúmeros Painéis de Azulejos, em tons de azul, na entrada do templo, no Altar e na Sacristia, retratando cenas alusivas à São Francisco de Assis — seu nascimento e renúncia aos bens materiais, trabalhos pintados por Bartolomou Antunes de Jesus, um dos grandes mestres da azulejaria de Portugal.
Observamos, que este bem cultural pode ser visto assistindo-se o espetáculo de Luz e Som que é apresentado, diariamente na Igreja, aos visitantes. Detalhe de um dos painéis de azulejos da Igreja que foi restaurado, não faz muitos anos, sob a cordenação da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, entidade sediada em Portugal que possui larga experiência no assunto.
No Convento, prédio adjacente à Igreja, cuja construção foi concluída em 1752, há inúmeros Painéis de Azulejos decorando o ambiente. O conjunto mais significativo encontra-se na parte térrea do Claustro. Trata-se de 37 painéis, medindo cerca de 2 metros de altura cada um, que retratam cenas baseadas em gravuras do pintor holandês Otto van Veen , apresentando personagens da mitologia em cenas edificantes, com epígrafes latinas extraídas da obra do poeta e filósofo Horácio. Epígrafes dos 37 painéis do claustro“A virtude é o alvo da inveja; A Glória é o fruto do trabalho; A Glória é o domínio do dinheiro; Com o dinheiro tudo se compra; Nada detém o avarento; Tudo obedece ao dinheiro; Quem é rico? Que nada ambiciona; A agricultura é uma felicidade; A própria sorte faz cada um feliz; A inveja é um grande mal; Pela concórdia o povo é invencível; A balança da amizade; Todo poder está subordinado a outro poder; Antes de tudo deve-se cuidar da alma; Em qualquer situação da vida pode-se filosofar; No meio irás mais seguro; O começo é a metade da obra; A ciência aperfeiçoa a natureza; A morte é igual para todos; A certeza da morte; A verdadeira filosofia é meditar sobre a morte; Estarás seguro se viveres bem; Depois da morte cessa a inveja; A morte é o último fim das coisas; Com a morte tudo se deve deixar; O temor da morte; O tempo muda e nós mudamos com ele; O tempo voa irrevogavelmente; Diversas compensações da velhice; A filosofia é o mestre da vida; A vida disciplinada exige espírito atento; A natureza é a melhor moderadora; No meio está a virtude; A virtude se manifesta na ação; É virtude fugir dos vícios; A virtude é inabalável; Nada mais útil que o silêncio”. Pesquisa, texto e fotos: Renato WandeckIgreja e Convento de São Francisco.Praça do CruzeiroCentro HistóricoSalvador-BAObservação:Há, em muitos Estados do Brasil, Painéis de Azulejos portugueses dos séculos XVII e XVIII. Os mais significativos encontram-se na Bahia, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Texto extraído do site www.ceramicanorio.com.br